O que muda com a Reforma Tributária para micro e pequenas empresas

Entenda, de forma simples, o que a Reforma Tributária traz de novo e o que muda para quem é MEI, ME ou EPP em 2025.
Empresária analisando documentos sobre a reforma tributária e seus impactos nas micro e pequenas empresas.

A Reforma Tributária e o que ela propõe

A Reforma Tributária, aprovada em 2023 e em fase de regulamentação até 2025, tem como principal objetivo simplificar o sistema de impostos no Brasil, substituindo diversos tributos federais, estaduais e municipais por um modelo mais unificado.

Na prática, ela cria um novo sistema de cobrança sobre o consumo, com dois tributos principais:

  • CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — substitui PIS e COFINS (tributos federais);
  • IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) — substitui ICMS e ISS (tributos estaduais e municipais).

Esses dois impostos funcionarão como um IVA (Imposto sobre Valor Agregado), modelo usado em diversos países, e serão aplicados de forma não cumulativa — ou seja, o imposto pago numa etapa poderá ser compensado na etapa seguinte da cadeia.

Fonte: Ministério da Fazenda – Reforma Tributária 2024

O que não muda: Simples Nacional e MEI permanecem

Uma das principais dúvidas é se MEIs e empresas do Simples Nacional serão afetados.
A resposta é: não de forma direta.

O texto da reforma preserva os benefícios do Simples Nacional e mantém o tratamento diferenciado previsto na Constituição.
Isso significa que:

  • O Simples Nacional continua existindo;
  • O MEI mantém seu formato atual, com guia única e tributação simplificada;
  • As micro e pequenas empresas (ME e EPP) podem continuar no Simples, desde que dentro do limite de faturamento.

Ou seja: a Reforma não acaba com o Simples, mas abre espaço para ajustes e atualizações nas alíquotas e nos limites de faturamento.

💡 Importante: o Congresso ainda pode discutir mudanças complementares nos próximos anos, como novos limites para o Simples e revisão de faixas de enquadramento.

O que pode mudar nos próximos anos

Embora o Simples e o MEI permaneçam, a Reforma Tributária trará impactos indiretos.

1. Mudança na composição dos preços

Com a criação do IVA (CBS + IBS), haverá mudança na formação dos preços finais, o que pode influenciar o custo de produtos e serviços — principalmente para quem compra de empresas fora do Simples Nacional.

2. Maior transparência na nota fiscal

As novas regras exigirão notas fiscais mais detalhadas, com destaque para o valor exato dos impostos.
Isso facilita a comparação entre regimes e incentiva práticas mais transparentes.

3. Integração de sistemas

Empresas precisarão de sistemas contábeis e fiscais mais integrados, já que a nova estrutura unifica tributos e exige cruzamento de informações digitais.

A boa notícia é que contabilidades digitais, como a Libria, já operam nesse formato, o que deve tornar a transição mais simples.

Empresário emitindo nota fiscal eletrônica com novo modelo de tributação pós-reforma.

Impactos por tipo de empresa

MEI — Microempreendedor Individual

  • Permanece igual: guia única (DAS-MEI) e limite de R$ 81 mil/ano;
  • Em discussão: proposta para aumento do limite para R$ 144 mil/ano;
  • Impacto indireto: fornecedores fora do Simples podem ajustar preços, o que afeta o custo final de compra.

ME — Microempresa

  • Permanece igual: limite de R$ 360 mil/ano e possibilidade de optar pelo Simples;
  • Impacto indireto: maior transparência nas notas pode facilitar auditorias e exigir atenção extra ao enquadramento tributário.

EPP — Empresa de Pequeno Porte

  • Permanece igual: limite de R$ 4,8 milhões/ano para o Simples;
  • Impacto indireto: novas regras de crédito tributário e cruzamento de dados podem exigir atualização dos sistemas contábeis.

Conclusão prática: o modelo do Simples continua, mas o contexto em torno dele muda. A contabilidade ganha papel ainda mais estratégico no planejamento.

Como se preparar para a transição

Mesmo que o impacto imediato seja pequeno, vale se antecipar:

  1. Revise seu enquadramento tributário atual.
  2. Mantenha sua contabilidade organizada e digital.
  3. Acompanhe as atualizações oficiais — muitas regras serão definidas por leis complementares até 2025.
  4. Converse com seu contador sobre possíveis ajustes para aproveitar benefícios do novo sistema.

Fale com um especialista da Libria

Empresário emitindo nota fiscal eletrônica com novo modelo de tributação pós-reforma.

Conclusão

A Reforma Tributária busca simplificar e modernizar o sistema de impostos, sem retirar os direitos das micro e pequenas empresas.

Para quem é MEI, ME ou EPP, o essencial é acompanhar a regulamentação e manter uma contabilidade atualizada, garantindo que as mudanças sejam acompanhadas de forma segura e sem surpresas.

A Libria segue de perto cada atualização da reforma para traduzir o técnico em linguagem simples — e manter o pequeno empresário preparado para o futuro.

FAQ — Dúvidas frequentes

1. A Reforma Tributária muda o Simples Nacional?
Não. O Simples continua existindo e mantém as regras atuais, com possíveis ajustes futuros de limite de faturamento.

2. O MEI vai mudar?
Por enquanto, não. Há uma proposta de ampliação do limite de R$ 81 mil para R$ 144 mil, ainda em análise.

3. Haverá novos impostos?
Na prática, os impostos atuais sobre consumo serão substituídos por dois: CBS (federal) e IBS (estadual/municipal).

4. Quando as mudanças entram em vigor?
A transição começa em 2026, com período de adaptação até 2033, segundo o texto da Emenda Constitucional nº 132/2023.

Referências oficiais

  • Ministério da Fazenda – Reforma Tributária 2024
  • Receita Federal do Brasil
  • Sebrae – Reforma Tributária e pequenos negócios
  • Comitê Gestor do Simples Nacional

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